segunda-feira, 30 de junho de 2014

Eu, escrevo e entretanto, "psicologizo"







Sou, claramente, uma pessoa apaixonada pelas coisas simples da vida... Num tempo meu, de uma total entrega, ajudo a psicologizar a vida de quem me procura... E "merdas, porras & c@ra!h*$" se não o faço com paixão!!! 

Mai nada...

Tenham um lindo final de tarde...

mp&c


domingo, 29 de junho de 2014

O compasso libidinal da Kizomba...




Bom, inspirada  por  uma noite fantástica , muito bem acompanhada pela minha irmã e prima, três mulheres deliciosamente bem dispostas,  onde os sons de Kizomba nos envolveram, atacaram, não largaram e fizeram dançar, até a alma, resolvo lapidar por palavras esta coisa da “Quizomba/Kizomba” que remata corpos e transcende qualquer tipo de regra dançante!

Agrada-me este som… resquícios de uma infância entregue ao aroma e cheiro da terra vermelha molhada, aliena-me de ritmos actuais, não questionáveis, simplesmente imperceptíveis aos meus ouvidos delicados ;-)… E gosto de ouvir tudo o que por aí anda, por mais que se questione a qualidade do compasso, ou das notas, das letras...Oh! Estou-me nas tintas! Merda para os pseudo-intelectuais que se focalizam num estilo, defendem com ar de aristocratas mas que no fundo, adorariam o reboliço das ancas, num embalo de noite africana! Com todo o respeito! E como gosto…

Mas e nestas coisas há sempre um mas, reconheço que o compasso de uma” batida forte em ritmo 4/4, dado por um tambor grave como surdo, acompanhado por uma melodia dada por um prato de choque”  põe em choque quem dança e, quem vê quem dança e bem,  deixando-me, pelo menos a mim, na dúvida do que será que está por ali a acontecer: se é dança ou, uma maneira interessante de colocar os preliminares que antecedem uma valente noite de sexo, ali às claras de forma legal ;-)…

E eu dancei… Com quem me convidou, sim porque, isto de se ir a um espaço de Kizomba, é mesmo assim, é quase como nas festas de garagem do meu tempo em que, ou se olhava o outro que através de um tipo de olhar nos convidava para, ou, bastava um toque no braço se por acaso estivéssemos distraídas e lá embarcávamos em mais um deslizar ritmado. E dancei bem… não sou uma Sara Lopez, nem sequer qualquer uma  das  que vi por lá dançar que, não fosse o facto de serem  morenas eu diria que estaria perante a tal de Sara ao vivo, nem sequer tenho pretensões a, mas, tenho a batida no sangue, o ritmo no corpo trazidos pelas memórias delicadas e lindas de quem cresceu mesmo perto da sanzala e que se embrenhava por lá, comendo, dançando, rindo, vivendo…

E foi verdadeiramente encantador… e tive direito a tudo, salvo seja, ;-): o par, que respeitosamente se limitou aos passos básicos, com uma distancia entre os corpos suficientemente segura e que na repetição de convite já avançava para mais próximo, não fora a barriga proeminente; o par , convencido que percebe muito do estilo, que se mexe descompassadamente e que no fim, quando se afasta, coloca aquele ar de autentico profissional pelo  qual eu deverei estar eternamente agradecida por me ter preferido; o par que, languidamente, investia num ritmo de ancas de fazer corar qualquer um a quem eu, educadamente,  devolvi : - peço desculpa mas eu não sei dançar! E consegui convencê-lo disso por mais que ele insistisse em não acreditar. Mas, desistiu! 
E finalmente, encontrei um par, verdadeiramente delicioso, que sim, esse dançava, sabia dançar e o que o movimentava era mesmo a dança! E branco! Mania esta de que só as pessoas de cor tem o ritmo negro! E , mesmo com tropeções, porque a minha dificuldade em deixar-me controlar é grande, levou-me a acreditar que : - Afinal ,eu até levo jeito na coisa, "porra"! Nada como dançar com alguém que entende da safra! E, à preocupação de que eu pudesse ter algum problema com a excessiva aproximação do corpo, respondi-lhe: - Não! Porque deveria ter? ;-).

Afinal, Kizomba não é só um roçar de ancas em movimentos libidinais, é muito mais do que isso! É preciso de facto, que não se tenha problemas com o toque dos corpos e que se deixe fluir confiando ao corpo do outro, a direcção do nosso próprio corpo ao compasso do ritmo...

Já de madrugada, ao voltarmos as três para casa, coincidíamos em tudo o que sentíamos: tinha valido a pena; o divertimento prevaleceu sempre;a boa disposição tinha sido uma constante ; e que, mesmo cansadas, a repetição ficou marcada.
Afinal de contas, consegue-se dançar Kizomba sem ter necessidade de, respeitosamente, como dizia a minha irmã,  dizer ao nosso par:

 - Importa-se por favor de retirar o seu telemóvel do bolso!



Absolutamente delicioso!!!!!

mp&c


quinta-feira, 26 de junho de 2014

A complexidade do vinho tinto na minha vida...








Todos nós sabemos o papel de relevo que o vinho tem vindo a desempenhar em todas as civilizações. 

“Fruto da videira e do trabalho do homem” , o “Sumo dos Deuses”, “essência da própria vida”, “Sangue de Cristo” , “Companheiro na solidão”, vem todo ele repleto de uma simbologia, tornando-se fonte de lenda e misticismo na nossa literatura!

Em qualquer conto de Eça de Queiróz,  Aquilino Ribeiro ou Antero de Quental, não há nenhum capítulo que não coloque o vinho, enquanto personagem importante,  num bom momento de tertúlia, nas mãos de alguém ou, que o use, para justificar dramas ou histórias de amor nos romances da época.

Nos romances da actualidade que proliferam pelas montras das livrarias, também o vinho viaja pelos capítulos dos livros . Ele  justifica: um encontro, um jantar, um festejar, um chorar, enfim, elemento essencial  para regar os afectos ou, desafectos do enredo!

E o vinho em mim? Também tem um papel de relevo!!!!!!

Reconheço: paixão recente! E quando digo recente, terá por aí, dois, três anos… neste hiato de tempo, já passou de paixão a verdadeiro amor, convenhamos… se continuasse paixão, eu já teria sucumbido nesta relação. Como dizem os entendidos na área dos afectos , a paixão tem um período de duração curta! Se assim não fosse, a humanidade estaria em perigo, morreríamos todos porque não aguentaríamos durante muito tempo esse estado em que , não se dorme, não se come, não se respira, não se vive,  só se fica neste estado de, tudo ou nada!!

Mas voltemos ao meu romance pelo vinho! 
Assumo! Adoroooooooooo o meu copo de vinho tinto diário, à noite! E não pode ser qualquer vinho! Tem que ser aquele vinho, que me levita e me suporta na imensidão das danças das castas que emergem a cada trago que, delicadamente, eu deixo invadir os meus lábios, o meu palato!
E não preciso ter aquele prato gourmet que justifica este ou aquele vinho especial a acompanhar! Só preciso de mim e de um copo que me deixe cheirar, sentir e embebedar no seu aroma…

Depois, é deixar-me ir no embalo e adormecer  nos braços de Baco…

Gosto de vinho, porra!!!!!


mp&c


segunda-feira, 23 de junho de 2014







Por entre chuvas e chuviscos , deixemos a tarde pensar que só por hoje, o inverno deixou entrar...

Amanhã, que me desculpe Fernando Pessoa, só será belo o dia, se o sol por aí raiar... 

Que "porra" de Verão este...

mp&c

sábado, 21 de junho de 2014

Entre o rural e o citadino...



Entre o rural e o citadino…

Já há algum tempo, pelo menos desde que oiço falar sobre este evento, que me subia a curiosidade de visitar a iniciativa de um dos maiores supermercados do nosso país, o Continente  - “ O Mega Picnic!”!
Num espaço de vivência rodeado de cimento, carros e afins, achei interessante esta ideia de trazer até à cidade uma realidade rural desconhecida pela maior parte das nossas crianças, adolescente e até de alguns adultos que, sem darem por isso, o manifesto e claro de prateleiras no supermercado, era o único contacto com estas dádivas da natureza: quem põe os ovos são as galinhas; as cabras fazem mééééé; os pintainhos são as galinhas assim , pequeninas; a cenoura é, claramente, uma raíz; a batata é um tubérculo subterrâneo; o leite vem das vacas; etc…etc…

E então, depois de uma noite verdadeiramente cúmplice entre  eu e a  minha filha, esquecidas das obrigações expectáveis , voámos, desafiando o tempo, para o Coliseu dos Recreios e assistimos a um espectáculo delicioso: Maria Gadú ao vivo… A noite prolongou-se e já chegámos de madrugada a casa enquanto o marido e pai, dormia a sono pesado…
Deitei-me com a ideia de que, logo pela manhã, cedo, quando o meu marido acordasse e desperto, me desse o toque da realidade habitual do sábado, eu lhe dissesse, com verdadeira coragem pelo imprevisto na rotina de um lar tipicamente português, talvez justificada aos seus olhos  pela impressão, de que,  eu continuaria no mundo dos sonhos:

- Bora lá ao tal de Continente na Avª da Liberdade?
- Como assim? Abriu algum supermercado nesse espaço em Lisboa ou, sonhaste? Vamos ao sítio habitual para as compras da semana…
- Não… não… Gostava de ir ao evento do Continente lá por Lisboa…

Olhou para mim com aquele ar de que só a mim me surgiria tal ideia e ( como sempre faz) com um olhar de condenado à inevitabilidade de que mesmo não querendo ir, iria, de tal ordem a sua percepção é clara, relativamente ao meu poder inebriado de o convencer ,  respondeu:

- Ok vamos, mas agora!! Logo pela manhã que eu detesto confusões! ( pelo menos assim ficou com a ideia de que quem decidiu foi ele… :-) )
E fomos!!!!

E gostei mesmo daquela “porra”!!! Como dizem os brasileiros ( deve ser da influência brasileira da noite de concerto): que “porreta” de  “Mega picnic”!

Ainda cedo, antes das 10h00, lá fomos nós, percorrendo a Avª da Liberdade desde o Marquês de Pombal aos Restauradores, ao som de memórias auditivas e visuais campestres, olhando deliciosos os repolhos,  as couves roxas , o feijão verde, laranjeiras, as ervas aromáticas, os tomateiros com os respectivos tomates,  as vacas, os porcos, lagos artificiais para os patos, os coelhos, enfim, uma verdadeira quinta à moda antiga, trazida para o meio da cidade!!
Os meus parabéns pela iniciativa e pela organização, verdadeiramente, conseguida!

Afinal de contas, mesmo ao lado de lojas requintadíssimas como a Michael Kors, Armani, Louis Vuitton, Gucci, repletas de fragâncias delicadas e sinuosas, quem ganhou mesmo hoje  foi a essência do campo , concentrada no cheiro-verde trazido pelas memórias da minha infância!

Eta, manhã porreta!!!!!!


mp&c


sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Nascer do MP&C...







O processo de construção literária do título para o meu blog foi absolutamente hilariante... 

Uma amiga minha perguntou-me quando lhe referi o meu desejo de criar um blog:
- Sobre o que queres escrever?  Respondi-lhe:
- Não faço a mínima ideia! Sei exactamente é, sobre o que eu não quero escrever!

Assumo o meu cansaço perante as temáticas da maior parte de blog's que por aí proliferam! Confesso: estou farta de blog's de mulheres que querem muito saber como se vestem, como se penteiam, como fazem caracóis, como cuidam dos filhos, como cuidam dos maridos, como podem conquistar mais facilmente homens, especialmente ricos, como combinam os sapatos, como andam de amores, enfim...

Note-se que não estou, de todo, a minimizar as temáticas... reconheço que às vezes, quando as espreito, até que consigo,"caracolizar" os meus cabelos de formas que nem me passavam pela cabeça ou, alisá-lo, de maneira rápida e surpreendente ou, encontrar estratégias de rápida solução no que toca a sítios onde posso comprar coisas boas e baratas ( será?) ou então, ficar de olhos em bico ( pouco falta para amarelar o tom de pele...) com as estratégias de conquistas do "homem ideal", como se não se percebesse a utopia do “ideal”!!!

Enfim!!!!

E quando questionada mais uma vez pela minha amiga,  respondi-lhe:
- Olha, sei lá...Eu quero é escrever! Apetece-me escrever sobre Merdas, Porras e c@r@lh$s, pronto!!

A gargalhada ecoou em estereofonia; e ao imaginar como seria responder a alguém  que me perguntaria de forma afectada e intelectualizada: - Mas como se chama o seu blog?- a gargalhada subiu de tom , dançou descontroladamente ao som do riso,  contorceu a barriga de tanto rir, e a partir dali ficou decidido o nome do Blog!
Agora, que fique claro que não vou filosofar nem me enredar nas malhas do porquê do uso de vernáculo popular …

Para mim, que não faço  uso deste tipo de linguagem de uma forma corrente, reconheço que às vezes estas palavras saem-me, assim, sem pedir licença e que ao saírem, com elas vai toda a emoção expressa em cada letra que a compõe, seja em tom efusivo ou chateado ou, irritado ou feliz.

Por isso, apetece-me escrever sim, sobre “merdas” hilariantes ou irritantes que povoam o meu dia a dia, sobre “porras” deliciosas ou azedas que passeiam à frente do meu olhar e sobre car@lh$s que passeiam pelos meus neurónios vestidos de fato e gravata!


E porquê o anonimato? Simples: não quero que a minha mãe saiba, mesmo tendo eu nascido algures entre os anos 60 e 70 do século XX, que a filha diz asneiras…

mp&c