terça-feira, 18 de agosto de 2015

A indisciplina no Yoga!!


Não sou disciplinada; é claramente a conclusão a que eu chego, definitivamente!



Desde Outubro do ano passado, tal como partilhei aqui neste meu blog "mal educado", que eu pratico dedicada, sem faltas ( poucas!), investida e com toda a vontade possível, sem qualquer esforço, esta modalidade do corpo e alma que é o Yoga!

De mansinho de uma forma serena e calma o yoga foi entranhando em mim e se, ao principio, se resumia a uma vez por semana, rapidamente passou a duas tal a vontade crescente em investir num exercício que me pôs à prova e que me levou diariamente a perceber os ganhos da coisa. Mas, eu não sou mesmo disciplinada, caraças!!!

A professora fantástica, Denise Barros Emídio, conseguiu levar-me sem queixas (algumas de quando em vez...), a ultrapassar os meus limites mentais colocando o meu corpo em posições absolutamente impróprias para quem sempre achou que o sentar no chão com as pernas cruzadas era o máximo de exercício possível para mim no mundo do yoga... e eu gostei!!! Gostei e investi todos os dias em que, as duas, conquistávamos mais um pouco de flexibilidade corporal: eu enquanto praticante e ela enquanto professora; e sempre que eu ia mais além o cuidado que ela colocava nas palavras de incentivo que me dedicava tornavam-me cada vez mais convincente que rapidamente chegaria aos seus calcanhares. MENTIRA!!!!!! Ilusão narcísica do caraças!! Esqueci-me que eu não sou disciplinada e ponto final!!!!!!

Preciso da sua disciplina e exigência!!Preciso de a ouvir! Preciso que ela toque à campainha e que prepare com carinho o nosso espaço para a hora a seguir; preciso que ela prepare o reportório musical para acompanhar a aula; preciso que ela diga:

- Vamos lá então começar! Posição montanha! Fechar os olhos! Respirar fundo! Sentir o corpo! 3 saudações ao sol!

E lá começa a nossa aula que dura aproximadamente uma hora. E eu faço todinho! E já faço muito bem feito, garanto-vos...

Só que, EU NÃO SOU MESMO DISCIPLINADA e ela, Denise, foi de férias!! Como é possível uma professora de yoga ir de férias, como? eu posso, enquanto aluna, ela não!!! resultado, o mês de férias dela e as três semanas minhas completam quase dois meses de ausência de exercício... como é possível alguém abandonar-me assim, deixar-me entregue à minha indisciplina, como? 

Professora ingrata!!! Professora abandónica!!! Acha que os exercícios que deixou para as férias, simples, eu sei, nada de extraordinário, reconheço,seriam suficiente incentivo para me por em posições corporais excêntricas, acha? Pois, enganou-se.... 

Resultado, estou eu por aqui, abandonada e entregue à minha indisciplina,  à minha inércia, à minha incapacidade de agir, sim, porque a Denise, sempre soube que eu NÃO GOSTO DE EXERCÍCIO FÍSICO,com vontade nenhuma de cumprimentar o sol,  a noite  o dia nem nada que me obrigue a um esforço inglório sem público e sem uma exigência. Eu NÃO SOU DISCIPLINADA, PRECISO QUE ME DISCIPLINEM!!

Por isso minha querida professora, em finais de Setembro, quando ambas retomarmos a nossa rotina habitual, o seu castigo vai ser mesmo este, esforçar-se a exigir ainda mais de mim...Temos pena...


Mais, sabe qual é a palavra que eu mais oiço estes últimos tempos a ecoar no meu aparelho auditivo e mental enquanto faço  tudo o que tenho para fazer: "lentamente, Ana, lentamente"... é como eu tenho feito tudo, menos yoga!

Mais uma vez, temos pena, minha querida professora, temos pena... para a próxima pense muito bem antes de se decidir em ir de férias....

mp&c











quinta-feira, 30 de julho de 2015

Poupem-me, pela vossa saúde!!!!!






Mas porque é que ninguém entende exactamente isto? Porque é que ninguém entende que há dias que não se consegue pachorra nem para nós quanto mais para os outros e que isso é completamente perceptível na mais pequena ruga do nosso rosto?

E é exactamente nesse tempo desprovido de paciência, vá-se lá saber porquê, também não interessa para o caso, que a manicura enceta este diálogo com ela própria, convencidíssima que eu escuto a riqueza imensa  do seu monólogo:

- Ah, sim, porque eu acordo cedíssimo ele ainda acorda mais cedo mas não há como perceber o atraso dele... mas sabe, eu sei porquê; ( pois, eu não e não  faço a mínima ideia nem quero saber, ainda não percebeu? ) É por causa do tablet! Anda com ele  para todo o lado até para tomar banho e quando está a fazer as necessidades dele! (Cale-se!!!! Poupe-me aos pormenores, criatura de Deus!!!!Nosssssssssa tanta merda no discurso e eu sem culpa nenhuma!!!!!)

E depois, olha para mim, desviando o olhar do meu dedo, com o alicate de corta peles em riste, (como é possível?!?!?!) à espera que eu lhe devolva com certeza um comentário qualquer, um daqueles que é expectável dada a pertinência da rotina matinal do individuo.

- É o meu dedo que tem entre os seus dedos, importa-se de estar atenta? Digo eu com um sorriso feito esforço mandando-a para o nome completo do meu blogue!

- Ahahahahah!!! Não se preocupe eu sei  fazer bem feito duas coisas ao mesmo tempo!

- Não duvido ! Só o seu marido é que não sabe!!!

E saio de lá com um sentimento tremendo de culpa falando comigo própria:

- Mas porque c@$@!?*$ logo hoje resolvi arranjar as unhas, porque???

... e eu não digo asneira!!!! imagina se dissesse....


mp&c




segunda-feira, 6 de julho de 2015

A barata na terapia!







Não vou brincar com este tema!

Aliás, para mim este tema é importantíssimo, tendo em conta  o descontrolo que prevalece na maior parte das vezes quando há a simples suspeita de existência de tal criatura!

Não sou histérica perante o visionamento de  uma tal de "blataria" ou "blattodea" mas, colocada perante este insecto rastejante que às vezes também é voador não é, de todo, uma imagem com a qual eu conviva confortavelmente  e que me seja  indiferente; 

O que me  vem relembrar  um episódio no meu espaço de atendimento em que, perante o silêncio de um paciente que se permitiu  entristecer deixando rolar pelas suas faces lágrimas silenciosas, permitiu-me, respeitando o seu espaço mental de entrega ao lamento, ouvir nitidamente, sim, nitidamente, porque o chão era de madeira, um correr ligeiro de várias patas, mesmo que envolvidas por uns pelos que quase "veludam", um parar repentino e um correr novamente que, já alertada por um movimento rápido de um vulto minúsculo ao entrar no meu consultório, deu para, através da visão periférica, reparar que uma dessas espécies deambulava por ali, provavelmente envolvida pelo ritmo terapêutico e também ela, se calhar,com algo por resolver.

Apanhada de surpresa, com todo o meu eu a descontrolar-se,  não pelo ilustre visitante ( em contexto terapêutico só existe quem está à minha frente!)  mas pelo impacto que causaria tal insecto naquele momento tão importante de catarse, caso o paciente o visse, fiquei, por instantes, impotente face a este cenário! Em fracções de segundos entabulei este diálogo comigo própria de forma a conseguir encontrar uma solução imediata para esta situação:

- O que é que eu faço?
- Sei lá!!
- Interrompo a sessão?
- Não!!!
- E se a barata desata por aqui a correr entre o espaço que nos medeia, o que é que eu faço?
- Sei lá!!
- Ela parou! Onde é que ela está? Ai!! Meu Deus!!! está mesmo aqui ao pé do meu sapato!Esmago-a?
- Que nojo!!!!
- O meu paciente não está a olhar!!! Não a vejo!!!! Ai!!!! Para onde ela foi? E se o paciente tem fobia às baratas?
- Mata-a e disfarça!
- Como?
- Pisa-a!
- E depois, quando o for levar à porta, vou com ela esmagada no meu sapato? Nem consigo imaginar!!

Neste intervalo de pensamentos desconcertantes, o paciente levanta a cabeça, olha para mim, enxuga as lágrimas e diz-me:

- O que é que eu faço com esta dor, Dra!

Sem saber bem como, desce a psicóloga que há em mim, tiro o sapato, seguro-o com firmeza  na mão, empunho-o com segurança e cheia de certezas  digo-lhe, ao mesmo tempo que desfaço sobre a barata um duríssimo golpe que a esmaga totalmente: 

- O mesmo que estou a fazer agora com esta barata que nos interrompeu a sessão... esmaga-mo-la, desfazê-mo-la, apanhamos os restos e deita-mo-la na sanita... vai levar uns dias ... não vai ser tão rápido quanto o trato a este insecto mas, em conjunto, vamos conseguir fazer isso!!!

No olhar do meu paciente perante o meu ar, sapato na mão, barata esmagada, lenço de papel para apanhar os restos, por instantes, não vi tristeza; vi surpresa, olhar arregalado e, sem nos apercebermos quem iniciou, demos espaço a uns bons minutos de gargalhada contagiosa que permitiu, por momentos, retirá-lo da dor e conseguir rir do momento...

Neste meu espaço, que é meu e de quem me procura, também há espaço para o humor...

mp&c












quarta-feira, 27 de maio de 2015

Atchim!!! Saúde!!!! A porra!!!!!







Detesto estar doente!!!!

Estas constipações ou, alergias ou, uma merda qualquer, alteram  com o meu estado de alma quando me apanham em contra mão num dia normal da semana!! E atchim!!!! Saúde!!! Atchim!!! Santinho!!! E depois, a comichão nos ouvidos, comichão na garganta que me obriga, para a coçar, a emitir uns sons estranhíssimos que, no mínimo, lembram um porco, aliás, porca; e a cabeça, essa, parece que está  metida num bidão em que faz soar o que é dito ou  não dito, de uma forma assustadora e dolorosa! Nossssssaaaaaaa!!!

Raio de constipação que me tira tudo, até a capacidade de ouvir, algo que preciso tanto na minha profissão! De ouvir e de pensar!

E depois arrasto-me, tipo zombie, deixando um rasto de lenços de papel pelo chão, que mostra nitidamente o meu único percurso nesse dia: cama, sofá, sofá cama...e depois falam comigo e eu respondo coisas hilariantes e descontextualizadas provocando gargalhadas em quem me ouve:

- Estás-te a rir do quê?
- De ti!!
- És mesmo estúpido!!!  Tem alguma piada eu não ouvir exactamente no mesmo tom que falas?
- Tem!! Ou achas que eu rio só porque sim? Já pensaste ir ao médico?
- Já levou a vacina!
- Qual vacina?
- Sei lá, a que era suposto para a altura, não?
- Mas tens que levar alguma vacina?
- Qual vacina?
- Tu é que falaste na vacina!!
- Só falei porque falaste no veterinário!!!
- Eu????
- F-d-- -e!!! Cala-te que eu já não te posso ouvir!

E pronto! Os meus últimos três dias foram assim: eu falava, ninguém me entendia; falavam comigo e eu também não entendia!!

Quero a minha mãeeeeeeeeeeeeeeeeee!!! Só ela é que me entende quando eu estou doente!!!!!

mp&c


terça-feira, 31 de março de 2015

Esta porra de se estar grávida...









Esta porra de se estar grávida!!!!!

Este fim-de-semana na revista Visão da última quinta-feira, vinha uma espécie de artigo onde divagavam de forma calorosa e investida sobre a tal de rede social para grávidas que dá pelo nome de Preggie!

Vou resumir os pontos principais acentuados que justificam, segundo João Costa responsável pelo texto, a existência desta rede social disponível para iPhone’s e Android’s ( se não tiver este tipo de equipamento, esqueça lá isso e assuma a solidão da sua gravidez):

- Partilha de informações sobre o tema;
- Partilha de dúvidas e preocupações;
- Facilitação do dia-a-dia de futuras mães;
- Partilhar fotos;
- Comentar;
- E enviar mensagens privadas.

Desculpem-me a sinceridade mas, não consigo compactuar com isto!

A gravidez é, claramente, muito mais um estado de desgraça do que de graça sobretudo pela batalha naval, grande guerra, guerra colonial, todas as guerras possíveis de serem lembradas que vão nascendo e crescendo através da conquista do corpo de qualquer grávida pelas tão conhecidas hormonas.

O nosso cérebro tomado de assalto por tudo isto, vive momentos extraordinariamente incríveis seja do ponto de vista positivo como negativo! Passamos de um estado pleno de felicidade para outro cheio de  angústias, medos, ansiedades completamente insuportáveis! Cremos em tudo aquilo que nos dizem, não nos dizem e até achamos que ouvimos dizer; tudo é bebido de forma insaciável e entranha em nós como algo inquestionável mesmo que o nosso médico nos garante que não, que não é bem assim, que há uma baixíssima probabilidade de acontecer e como tal temos que viver o momento de forma plena!

Como assim??? Tá louco?? Então ainda ontem no tal de Preggie alguém postou isto e aquilo e depois aquilo e diz que não é nada? E aquela com o mesmo tempo de gravidez que eu diz que o bebé já mexe e o meu não??? Como é possível? Diga-me que está tudo bem!!! E aquela que enjoa o tempo todo? Eu não, é possível? Será que está tudo bem? E a outra que vai fazer cesariana? Porque o meu tem que ser de parto normal? Mas , oh, Dr. explique-me lá o que é isto de antecipar o parto? Há quem diga que não, que a natureza é que deve comandar e o Sr. está a dizer-me que vamos ter que antecipar o parto porque assim tem que ser??? Preciso de respostas!!!

Nossssssssssaaaa!!! Não compactuo com isto!! Pronto(s)!!!!!

Adorei estar grávida, apesar da ninha guerra diária contra os medos e angustias que às vezes me assolavam os dias!!! Já lá vão uns aninhos! Vivi os nove meses partilhados com amigas, mães recentes e sobretudo com a minha mãe, ela, bem entendida de estas coisas relativas a ansiedades de grávidas; conversei pessoalmente com colegas de trabalho que me encontravam e comentavam as suas próprias gravidezes; não existiam fotos de rostos distorcidos pelo líquido amniótico nem simples, nem a 3d; haviam ecografias de segurança, exames rotineiros  e havia o ouvir o simples do bater do coração; mesmo o saber o sexo do bebé era irrelevante; eu própria não quis saber se era rapaz ou rapariga; preferi esperar pela surpresa do momento;  havia, isso sim, partilha simples de quem regista verbalmente o acto mais simples e normal de todo o ser humano: o continuar da espécie;  

Note-se: não condeno o avanço da ciência e a possibilidade de acompanhar de forma mais cuidada todo o processo durante a gravidez, pelo contrário; agora, este tipo de iniciativas que surgem assim pintadas a cores para serem apelativas a quem consome , deixam-me sempre desconfortável perante o potencial desregular de emoções gravídicas.

Bom, vamos ver o que nos reserva esta nova aplicação mas, futuras mães, resguardem-se de informações postadas unicamente por experiências pessoais. Lembrem-se que durante 9 meses quem vos controla são as hormonas que triplicam ou mais, os sentires; e que cada gravidez é única; guardem as dúvidas e as conversas para o médico que vos acompanhar e deixem o resto surgir de forma natural e desafiante…

Eu, não grávida mas já com a experiência vivida, vos respeito…

mp&c




segunda-feira, 9 de março de 2015

Amor, tem calma!!!!





Reconheço que ás vezes a minha loucura inflamada com a aparente normalidade e naturalidade de um comentário inusitado usado, por quem o diz, com a melhor das intenções vaza,  de forma irritada e a uma velocidade disparatada, a resposta abrupta e em perfeita cólera, à frase:

- Tem calma, amor!
- Tem calma amor, o "c@r@?!*...!!!! 

Tu ainda não percebeste que o problema não está no que eu digo ou faço, ou barafusto, ou refilo, ou grito, só porque:
  • o vestido não me serve!
  • o pedido não chegou a horas!
  • a comida estragou-se!
  • a franja do cabelo está revirada ao contrário!
  • o carro da frente não fez pisca e virou mesmo em cima do cruzamento!
  • a chuva encharcou o meu melhor chapéu!
  • os óculos que me custaram um c0!?@o de massa e eu adoro,  partiram-se e não tem arranjo!
  • as faltas em cima da hora com telefonema ou sms em cima da hora!
  • o tipo mais alto que fica mesmo à minha frente na cadeira do cinema!
  • o penteado que o cabeleireiro fez que me faz parecer um caniche encharcado!
o problema está na frase que tu dizes, com o ar mais paternalista  e idiota do mundo e de quem entende que a loucura se apoderou de mim  e não quer incomodar nem ser incomodado, no exacto momento em que deverias estar absolutamente calado e quieto mostrando, só com o olhar, a tua total compreensão  e conivência com o meu sentir: 

AMOR, TEM CALMA...


- Tem calma o c@r@?!*... :-)


mp&c 





quarta-feira, 4 de março de 2015

Dietas?? O que é isso??






Não, eu não vejo uma alface! Quer dizer, eu vejo uma alface porque, claramente, é uma alface ;-)...

Será? ou é um vestido? Não! É uma alface! Endoidei de vez!!! E não estou em dieta!

E o tempo voa... e não tarda, estamos a dois passos do verão! E não tarda ,os meus olhos começam a ser bombardeados com imagens arrepiantes de beleza, elegância, anti-"celulíticas", isentas de efeitos da lei da gravidade, com as frases pré pensadas e feitas na óptica do que se quer ver (será??) e ouvir, tais como: 

- O Verão chegou para si! Será que você está em forma para ele? ; 

- Faça com que o fato de banho do verão passado, sirva o verão deste ano!; 

- Deixe que o espelho fale por si!

Merda!!! Todos os anos se repete, todos os anos fico mais velha!!!Todos os anos, isso, reflecte-se em mim, no meu corpo! No rosto, vou dando um jeito! No corpo, vai ele dando um jeito a mim!  

Há dias e dias... Uns, assumidos tranquilamente como fazendo parte de um tempo que deixa marcas, marcas essas de um tempo feliz ou menos feliz, de um tempo preenchido ou, de um outro vazio; e outros, intensos, emocionalmente esgotantes com coisas absurdamente fantásticas e outros, com coisas absurdamente estúpidas mas, com uma linha coerente de vida, intensamente vivida! 

E isso, deixa marcas! Percebo que, com isto por onde divago, feito impressão de memórias e estórias minhas, completo um ciclo suposto de existência permitida, reflectida em sinais temporais visíveis sobretudo a mim, que me continuo a olhar. Não me assustam! Sinalizam o meu tempo de existência mas, caraças, podiam ser menos evidentes tendo em conta a época explicita de glória da aparência, certo?

E não nos ponhamos com vernáculos supostamente esperados e glorificados pelas mentes que evocam o poder da palavra repetida, como por exemplo; - rugas são sinais de vida, vivida!; - a idade está na mente e não no corpo! - Adoro as minhas rugas, são marcas da minha vida; (Nossssaaaa!!! não acredito!!!)

F-d-@-se!!! repitam essa merda para vocês! Eu prescindo dela!

Permitam-me envelhecer com dignidade mesmo que eu me obrigue a dietas, não compactuando, apesar de ser expectável, com frases dignas de quem está prestes a entrar no outono da vida ( garanto-vos que ainda falta um tempinho mas, assim como assim, é melhor ir escrevendo já sobre isso) e que me fique simplesmente com as minhas certezas: 

- Velha, irei ficar sempre! Caduca, dependente do que oiço ou do que vejo, sujeita à aceitação do olhar  do outro pela beleza conseguida através de  suplício vegetativo, JAMAIS!!!

Sabem, eu me amo demasiado, sem excessos mas, consciente da importância desse amor...

Tenham uma bela dieta... Vão ver que continuarão a ver uma alface em vez de um vestido ;-) ;-)...

mp&c


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Dá-me um "gosto" real, dás?



É impressão minha ou, de repente, estamos reduzidos a afectos passados, posicionados e  só vistos através de um ecrã que nos transforma em gente "facebokiana"?? 

Vejam bem e digam-me por favor se tenho ou não tenho razão ou se, sou só eu, a ver as coisas através de umas lentes e uns aros ultrapassados no tempo?

- Já não se conta efusivamente aos amigos, transpirando felicidade  e com o coração aos pulos,   pessoalmente ou, pelo telefone, do nosso assumir delicioso de um relacionamento com alguém; não, agora posta-se no Fb: "está numa relação com";

- Já não se tem o cuidado de viver a dor, seja ela qual for, num circuito fechado de sofreres em que só entram em comunicação os que nos pertencem enquanto afectos; agora, posta-se no FB: " Só para relembrar que fulano/a, nos deixou há x anos ou meses! fica a saudade". Ou pior, comunica-se simplesmente que alguém morreu e espera-se através deste meio que quem ler, chegue até lá com os dizeres habituais;


Não tenho nada contra à partilha feita diariamente disto ou daquilo tal como , a festinha do menino x, o aniversário do filho,  que vem sempre acompanhado com aquela lenga lenga (perdoem-me a sinceridade!!!): "há não sei quantos anos, encheste o meu dia de sol, blá..blá...", o prato que se experimentou e que saiu lindo de morrer porque ,delicioso, não faço a mínima ideia, não vou provar... enfim, um rol de informações que enchem o ecrã repetidamente e que vão reduzindo em nós esta capacidade de inter agir com o outro, frente a frente, preenchendo os vários ícones da comunicação verbal e não verbal! Pelo FB, ficam só as imagens estáticas e inertes que nos levam, até onde quisermos mas nunca, provavelmente, à realidade por trás da imagem ...

Não sou contra... eu própria vou passeando por aqui e fazendo uso deste instrumento segundo os meus critérios e afectos...

Mas, prefiro beijos e abraços reais! O beijo que se dá e se recebe com um misto de arrepio gostoso que preenche uma saudade real e um abraço feito laço, que no aperto, conjuga dois corações batendo  em ritmos diferentes mas que, neste tipo de intimidade, escutam-se um ao outro! 

Prefiro este tipo de vivência real, muito mais do que a virtual!!! Por isso, se vir alguém pela rua  feita louca, a correr até si de braços abertos, a pedir abraços e beijos a quem lhe apareça pela  frente, não se preocupe, não sou eu!! Mas se lhe fizer sentido receba-os e retribua!! Eu farei o mesmo...


mp&c


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CALA-TE!!!!







Ás vezes, a sério, fico cansada de alguém!!! Mesmo!!! (ou de mim própria?) 

Não tomo uma dose de silêncio porque mesmo que o faça, esse alguém, que não sei quem, apodera-se das partículas silenciosas do meu eco interno, baralha-as, sacode-as  e  espalha-as de forma assustadora pelo espaço livre do meu silêncio!!!! E é uma porra danada!!!

E, do meu silêncio, sai um grito ensurdecedor e mudo: - CALA-TE!!!!!! 
O meu rosto, impávido, olha fixamente o outro que, ilusoriamente, encontra no retorno do meu olhar, aquilo que ele quer ver enquanto procura de um saber! Foda-se!!!!! CALA-TE!!!

E o meu rosto gela quieto e firme! E o outro, que não sei quem, continua numa retórica empestada de questões, dúvidas e irritações, olhando para mim à procura de soluções ou, respostas, ou merdas que nem eu mesma sei!!!

CALA-TE!!!! E o meu rosto, já em modo automático, exprime um esboço de emoção que só  o outro, que não sei quem,  vê!  Quase louco, o outro, diz:

- Que queres dizer com isso?
- Isso o quê?
- Sei lá!! O que queres dizer com esse olhar?
- Qual olhar?
- Esse!!! 
- Não quero dizer nada! Não tem nada o meu olhar!!
- Tem...Tem...! Estás cansada de me ouvir?
- Porque dizes isso?
- Vejo isso no teu ar!

Mas já passou! Foi rápido esse ver para além do meu olhar, esse ver na retina do meu inverno diário, o cansaço que pode ser do outro ou, simplesmente, este  cansaço meu!!

Vou tomar uma dose de silêncio,  evaporar-me no álcool que embriaga, alucina e me deixa queda de cansaço no meu próprio regaço, sem pagar,  ;-)!!!


mp&c



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Dia dos (des) namorados...







Dia dos  (des) namorados!




Bom, eu não tenho namorado, tenho marido! E estou muito bem casada, obrigada! Não compactuo é com estas datas previstas e assinadas unicamente para consumismo desenfreado e autorizado pelo simples facto de que se comemora uma merda qualquer!!!

Pois, dia dos (des) namorados, não se comemora!!! Mas que os há, há!!! E muitos, desses ditos namorados(as) neste dia, decididamente perversos , escondem as marcas, algumas delas perenes, compram um presente, um ramo de flores e com um ar absolutamente respeitador, portam- se como é suposto, mesmo que no dia a seguir partam a loiça toda e mandem a namorada ou namorado para um banco de urgência de um hospital!!! 

Não comemoro este dia acreditem! Comemoro é todos os outros em que eu e o meu marido, nos respeitamos, nos amamos, sofremos os dois com o que faz parte da vida e damos as mãos num silêncio cúmplice de quem sabe exactamente o que o outro sente!!! Logo, não necessito comemorar este dia!!!


E se, à luz deste (des) amor que hoje se comemora, alguém lhe der:

- um beijo que sufoca;

- um abraço que prende;

- um carinho que arranha;

- uma mão que arrasta;

- uma palavra que assusta,

pense, por favor, duas vezes e questione-se se isso é o verdadeiro amor!!! 

Quem ama:

- não sufoca;

- não prende;

- não magoa;

- não obriga;

- não mete medo;

Simplesmente ama!!


Não estou, de todo, desacreditada  no amor! 

Acredito é só naquele que não se vê, não se ouve, não se promove, não se compra! Acredito naquele que, em gestos simples diários, nos envolve numa imensidão de afectos e, cúmplice de um cupido delicioso ,nos afunda num mar profundo de um azul límpido preenchido por partículas de uma felicidade sentida, muitas vezes, nos gestos mais simples da vida.

Neste amor, acredito! E este, não se comemora, de tal maneira é precioso!

Um bom dia dos namorados... ;-) 


mp&c


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

As minhas 50 sombras de mp&c...






A sério que anda muito mulherio a comprar chicotes e vendas????

A conclusão a que eu chego e é minha, atenção, ou anda por aí muita mulher de facto castrada e frustrada com a sua sexualidade que viu na triologia das " 50 Sombras de Grey" a oportunidade de se abrir e de se permitir assumir o controlo da sua sexualidade e  "publicamente" fazer gala disso ou então, efectivamente, andamos todas a enganar-nos umas às outras porque, minhas queridas, que vão a correr ver o filme, ou comprar o livro, chicotes, vendas, penas e afins, há muitos... e há muito tempo... e acreditem, muito bem aproveitados na tranquilidade do doce lar... 

De repente parece que se descobriu a pólvora nos jogos sexuais e anda por aí meio mundo histérico a vibrar com a novidade!!! Nosssssssssssssssssssssssssssssssssssssaa já não bastáva sermos pobres em muita coisa, agora até somos no que toca a performances sexuais!!!! Felizmente, não é bem assim!!!!

E cá para nós, que ninguém nos ouve, os livros são uma autêntica merda que ao fim de meia dúzia de folhas entra na gíria da pornografia barata que até dá dó e vai por aí, fazendo acreditar ao fim e ao cabo, que quem o lê, coitadinha, é uma triste mulher reduzida a experiências sexuais banais e comuns sim, porque, o que está a dar, é ser-se incomum mesmo que seja no sexo!!!! Oh! c'um c@r@!h&!! 

Admito que insatisfação sexual e um certo resguardo no sexo ainda há muito por aí mas daí a acharmos que estes livros e filmes vem abrir mundos até aqui pouco explorados é mentira!!!! 

Mas enfim... Façam uso disso como quiserem... vão ver o filme... excitem-se com as imagens mas por favor, resolvam essa excitação pela vossa saúde e acreditem que, muitas vezes o que vemos e o que lemos é propaganda curta e grossa, trabalhada e produzida, claramente, para vender o produto!!!

Por isso, acreditem que em todas nós, há, evidentemente, uma heroína a transbordar sexualidade e sensualidade, com inúmeras fantasias perfeitamente possíveis de ser realizadas e muitas delas repetidas e consentidas no "lar doce lar"; é só pedir  os dados estatísticos das reuniões da Maleta Vermelha...

Lá por casa até Kit's de viagem existem... :-)

Acreditem que "O Garganta Funda" ou o "Emanuel" filmes tão polémicos dos anos 70, esses sim, trouxeram muito mais "informação", num tempo em que por cá ainda não se sentiam de uma forma consentida as repercussões da revolução sexual dos anos 60/70 com a sua tão revolucionária pílula anticoncepcional! Hoje, é só mais do mesmo...


mp&c

Ps: só um aparte pertinente: não li qualquer um dos livros; comprei o primeiro, e abandonei-o ao fim das primeiras 20 paginas. A escrita, o enredo, não me seduziram nem um pouco. Pareceu-me só um livro em que a pornografia teria sido elevada a um estatuto gourmet mas que nem por isso fazia dela algo que valesse a pena "comer"...


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Entre a caneta e a arma...




Tento pegar nas palavras que me invadem em catadupa num rodopio intenso de emoções e  usar os meus dedos, enquanto teclo, para as exprimir!

Para mim, escrever é terapêutico! O horror sentido através da visualização das imagens que chegam a todo o momento , deixam-me paralisada pelo absurdo de tudo isto!

Não divago pelas razões que levaram a tal acto! Como diz Voltaire. " Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser mas, defenderei até à morte o direito de as dizer"

Agora, nunca defenderei o direito de, seja por que causa for e em nome de quem se quiser, silenciar o outro através do acto mais ignóbil, cobarde e definitivo que pode existir: a própria morte!

Entre a inevitabilidade do efeito de uma bala e a inevitabilidade do efeito de uma palavra, é cobardia usar a bala como retaliação em vez da caneta como possível instrumento de pacificação!

A vida às vezes é uma verdadeira porra!!!! Que o digam os familiares de quem pereceu às mãos de uns loucos que se validaram por uma causa em vez de se assumirem como frustrados, impotentes, cobardes e, claramente,  doentes mentais!!!

Pelo direito às palavras, estou de luto!

mp&c


sábado, 3 de janeiro de 2015

Ano novo...novo Ano...






E aí está, o 2015 a entrar a toda à força...

Parece que é próprio do ser humano acreditar que uma simples alteração do calendário pode fazer toda a diferença. Entre a incapacidade de nos movimentarmos pelo pensamento mágico e a crença no horóscopo ou, no que está escrito nas estrelas, coloca-se de lado a ideia de que aquele que se é às 23h59 de 2014 é  se exactamente o mesmo às 00h01 de 2015 ou, será que não?

Pois, por mim, eu sou claramente  a mesma, excepto pela quantidade de álcool ingerido entre as horas que antecederam o momento da viragem do ano e, logo a seguir, pelos copos de champanhe  ingeridos na comemoração do ano novo... Nossssssssa as desculpas que inventamos para justificarem e permitirem a nossa auto-autorização de ingerir mais alguma quantidade de álcool!

Bom, mas é isso mesmo. Continuo a mesma! Trago comigo um ano repleto de história com momentos únicos, pincelados de emoções extremas entre a felicidade e a infelicidade; entre a ilusão e a desilusão;  a tristeza pela decepção e a surpresa pelo inesperável; entre o medo e a coragem; o confronto e a fuga; o sucesso e o insucesso; a ruptura e a conquista; o medo da perda e da ausência de quem se ama; a presença inquestionável de quem se ama ,apesar da tempestade; a confiança em quem vive ao nosso lado, apesar do temporal; e a certeza desse afecto; 

Foi ou não foi um ano absolutamente preenchido??? e querem que eu deite tudo fora só porque já estou em outro ano? O c@r@!h*$!!!!

Com este 2014 que termina eu aprendi, errei, reaprendi e com isto, confio que não vou repetir os erros do ano que passou!!!! Este, continua ao ritmo do que terminou e com ele vem tudo o que ficou por resolver ou que ficou resolvido! E não há desejo à 8ª passa ou, cor de cueca ou, salto à 7ª onda, ou, banho na praia de Carcavelos que anula tudo o que vivi e que vou continuar a viver neste que se inicia...

Tenho para comigo que a inconstância da vida é só por si um desafio diário e que cabe a nós fazer dele a razão da nossa existência! 

Por isso, cometamos os nossos erros, façamos por corrigi-los e carreguemos na mochila da vida a bagagem que nos é permitida levar e tenhamos um ano cheio de emoções extremadas. É isso que nos tira da zona de conforto, permitindo-nos  começar a viver!!

E que o meu blog que nasceu em 2014, continue comigo até onde eu me permitir vaguear na escrita com intervalos de tempo entre umas merdas, umas porras e uns valentes c@r@!h*$...

FELIZ 2015!!!!!!

mp&c