Bom, vamos lá então hoje escrever sobre uma “porra” picante,
qualquer coisa como, o que será isto de “quecar por fora”?
A primeira vez que dei de caras de uma forma muito real, não
em filme, com a ideia do que é verdadeiramente um Motel, foi há uns 10 anos atrás, numa viagem
ao Brasil, mais precisamente ao Recife, quando ia a caminho do atelier de
Francisco Brennan, escultor brasileiro, ex-libris da cidade, que usa e abusa
como tema das suas criações, tudo o que tem a ver com os elementos fundamentais
para o acto de procriação, isto é : falos e vaginas! Imaginem um atelier gigante, numa fazenda imensa
em que, lembrando estruturas de uma época romana, os muros altíssimos terminavam com rendilhados fálicos, ladeados por imensos falos gigantes e os jardins, compostos por vaginas enormes, onde, gritando para o interior do órgão a voz nos era devolvida pelo eco, tal a profundidade do aparelho feminino… enfim,
um paraíso para nós psicólogos, discípulos
de Freud, divagarmos sobre a estrutura mental do artista!
Vamos lá ver! Não quer dizer que eu não soubesse já, da ideia implícita
no uso dos motéis. No entanto, a maneira
como eram publicitados à medida que avançávamos pela estrada até ao atelier, de facto, surpreendeu-me, pelo modo livre sem preconceito, como o faziam, tipo: “ entre nas curvas e nas
contracurvas do desejo e estacione no átrio do prazer”; “ Pare e peça mais 30
minutos de prazer!” e tantos outros, como estes que vos mostro nas imagens que
por aqui vos deixo! Nada que eu visse cá pela nossa terrinha na altura!
Atenção, os motéis sempre existiram mas, como somos um povo
de “brandos costumes” as coisas, por cá, estão sempre muito bem
disfarçadas. Na altura, porque agora, nossssaaaaaaaaaaaaaaaaaa como eles
proliferam por aí e de forma bem clara e sem disfarces. Não usamos os esquemas
publicitários tão criativas como os brasileiros, aliás, nem usamos mas, que os
há por aí, há e não é por acaso que este
negócio prolifera a passos largos e que quase todos os meses, mais um aparece
por sítios que nem sequer passavam pela nossa cabeça ou, será que passavam?
Bom, este tema , acompanhado por momentos vinícolas preenchidos
por
gargalhadas e boa disposição, tem sido motivo de conversa em tertúlias femininas cá
pelos meus lados.
E, num desses encontros, estando todas de olhos abertos e
ouvidos livres de ruídos inoportunos, rendidas ao relato da experiência de uma delas que,
num estado “solteira” se via envolvida de maneira avassaladora, por um dom
juan, casado, mas, como ele dizia, segundo ela: - estou completamente
apaixonado e rendido a este sentir novo! – ouvíamos, deliciadas
pelas pinceladas picantes que ela colocava nas histórias, o enredo dos seus encontros e desencontros em motéis, hotéis e
afins!
Agora, nada nos
preparou para o que ela, em tom irritado e devastado, nos disse a determinado
momento:
- Vocês fazem ideia do quanto difícil tem sido conseguir marcar quarto
para estes nossos encontros?
- Como assim? Vocês são esquisitos, é? Não vos serve um
quarto qualquer, é?
- Não, nada disso! Estamos em modo de reserva, para uma
desistência à hora de almoço, dos motéis e afins de Lisboa, durante um mês!!!!!
Todas em uníssono, não acreditando no que ouvíamos:
- COMO
ASSIM????????
- Isso que vocês ouviram! Durante um mês não queco, porque
os motéis estão cheios à hora do almoço!!! A não ser que alguém desista do
encontro !
Silêncio inexplicável, tal o espanto! Em espelho, pegámos no nosso copo de vinho e demos um
longo trago para desengasgar a surpresa do argumento de: "completo"!
Tal e qual, acreditem!!!
Por isso, como diz o título deste meu texto: “… anda muita
gente a quecar por fora!”
Coitada da minha amiga… afinal, não há só listas de espera
nos hospitais! Mas destas, ninguém fala! Todos tem telhados de vidro!!
Muito se fode neste país! Perdoem-me a linguagem mas aqui, fica,
literalmente, bem!!!
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