terça-feira, 8 de julho de 2014

A irritabilidade das corridas da moda ( para mim)...


Não gosto de correr!

E, paradoxo,  tenho uma vontade imensa de desatar a correr, fugindo de todas as corridas que por aí proliferam e com as quais  tenho que levar a cada placard ou, traseira de autocarro ou, anúncio em jornais diários (Uffa) , que se estampam à minha frente, sem pedir licença,  fazendo-me sentir que Eu, Euzinha, é que me desenquadro deste movimento saudável que grita a todos pulmões qualquer coisa do género: “correr, correr, correr é, não morrer”!
Mas quem é que disse que eu não quero morrer? Quer dizer, não quero!!! Honestamente, não quero mas, um dia destes como todos, lá vai ter que ser. Mas até lá, eu não corro, ponto final!

Ela, é a tal da corrida das cores, correr 5 quilómetros e no fim, o prémio, é ficarem com as cores do arco íris, impregnadas até ao mais recôndito dos cantos  do corpo humano;  a outra ,é  a tal da corrida nocturna que leva almas desesperadas a correrem durante a noite por sítios que terão de certeza as suas belezas à luz da lua mas que, provavelmente,  penso eu de que, pela falta de luz, devem derrapar deste o início até à meta,  ou não, mas, permitam-me ficar em  dúvida!(eu digo desesperadas porque para mim, as almas que as fazem só podem estar desesperadas para prescindirem do seu sofá ou, cama deliciosamente fofa que as recebe de braços abertos e quentes) ; depois, vêem as outras as tais da ponte x, da ponte y; e ainda as outras, com as causas nobres e afins; 

Bom, não é que muitas vezes, até pelas causas nobres a que se propõem, eu não me inscreva convencida que é desta que eu visto o equipamento necessário, calço os ténis que pela propaganda até fazem voar  e sonho que, finalmente, vou  acompanhar  amigos e familiares que insistem em  convencer-me.

E lá estou eu, juntinha a eles preparada para!!!! Mas, ao sinal da partida, não me perguntem como nem porque, eu oiço sinal de: -  “QUIETA”!!!
E fico assim, sossegadinha, tipo, “não respira! não mexe!” à espera que passe toda a gente e que eu conclua que:
-  hum… não vale a pena! Melhor mesmo é pegar no carro, e esperá-los à chegada, fresquinha, linda de morrer, bem cheirosa, radiosa, de lábios pintados de vermelho, sorriso de orelha a orelha, batendo efusivamente palmas, dando a entender que, quem eu aplaudo, ganhou de certeza!!!!

Mas não ganhou!
E a cena dramática que passa vezes sem conta pelos meus olhos na meta, é aquela em que só vejo rostos deformados pelo cansaço, cabelos desgrenhados, suor que cheira a quilómetros de distância, marcas de esforço à volta dos lábios e seres humanos que há umas horas atrás eram verdadeiros exemplos de atletas de alta competição  e que agora, estão reduzidos a zumbis, seres privados de vontade própria, comandados por músculos esgotados pela insistência da resistência! 
Ainda querem que eu corra!!!! Estão loucos!!!!  CORRAM VOCÊS!!!!!

O médico, com um ar seríssimo de quem vai dizer algo muito grave , disse-me qualquer coisa do género :
- Devido às suas características especificas, ( não interessa  esmiuçar por aqui quais) não vai poder correr!
- A sério? – perguntei eu!
- A sério! Mas pode fazer qualquer outro tipo de exercício que não seja a corrida, não se preocupe! ( respondeu ele com um semblante próprio de quem lamenta o que diz)
- Muito obrigada Dr.!

Eu acho que ele nunca vai perceber que o meu MUITO OBRIGADA , foi um agradecimento sincero, emocionado, do fundo do coração pelo  diagnóstico fantástico com que me brindou!!!!!

Haja saúde e pernas (a dos outros)  para correr, porra!!!

mp&c



Assim, até que se calhar eu corro...



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