domingo, 13 de julho de 2014

Cães, gatos e marido...

Não são os meus bichos! A serem, lá se podia ir o anonimato e  a minha mãe descobria ;-)...


Ok… vamos lá então escrever sobre cães, gatos e marido! Não necessariamente por esta ordem de importância, note-se!

Bom, tenho duas cadelas, uma gata e um gato que um dia, já foi gata. Mas isso fica para outro texto.

Gosto dos meus animais, muito, mas não me vou perder por aqui a divagar sobre os seus direitos que para mim são claros e inquestionáveis, nem tão pouco acusar ou enunciar as atrocidades que se vão fazendo por aí. Deixo isso para quem de direito.Permito-me assumir  de forma clara que , se tenho animais a meu cargo, é porque gosto de animais e como tal, responsabilizo-me por eles  e vivo tranquila  com a certeza de que são fantasticamente bem tratados. 

Repito, gosto muito dos meus bichos mas defendo que,  como diz o velho ditado, “cada macaco no seu galho”: eles no seu sitio e eu, no meu. Não os coloco acima dos meus nem, ao lado dos meus mas, enquanto fazendo parte  do meu contexto familiar, claramente tem a importância que eu/nós lhes damos.
Só não me peçam é para os  tratar  como seres humanos.  E que não se virem contra mim por eu não fazer isso! São pontos de vista diferentes e nem o meu, nem o que for contrário, está certo ou errado. São simplesmente diferenciados no que toca a esta coisa de interacção “animal”!

Eu pormenorizo:   não comem à mesa comigo; não vão  para cima dos meus sofás; nem dormem na minha cama; não lhes tiro fotografias cada vez que fazem algo pela primeira vez; nem lhes faço um álbum desde os primeiros dias que chegaram;  não lhes dou beijos na boca; não ando com eles ao colo; não falo com eles como se fossem meus filhos, nem os visto para parecerem gente . Prescindo perfeitamente e intencionalmente   das visões que me são dadas pelos donos que fazem tudo isto e muito mais. Entendo que , desvitalizar o animal da sua própria essência e instinto, também pode ser negligência! Felizmente, apareceu por cá o programa do Cesar Millan -  O Encantador de Cães – que me trouxe a certeza que eu estava no bom caminho e me “diplomou” como cuidadora suficientemente boa de cães e gatos! Mas naturalmente, respeito quem se coloca dessa maneira com os seus bichos de estimação.

Posto isto, retomo então a ideia deste texto e trago agora o meu marido para este cenário. 
Pergunta quem me lê: - Mas o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Tem tudo. É que ele, meu marido, é quase um pouco como aquelas pessoas que tratam os animais como relatei (excepto, no comer à mesa, beijos na boca e vesti-los como gente...)… e só não faz mais porque eu argumento e contra argumento, sobre a sua forma de tentar ser o chefe da matilha. ( mas o facto é que, irritantemente,   eles seguem-no para todo o lado…)

Irritada com isto ou, se calhar, com outra coisa qualquer que não descortinei na altura, acabei por ocupar quase um mês da minha análise a falar sobre esta coisa da relação do meu marido com os nossos bichos.  Exasperava-me a imagem à posterior que eu tinha de mim, quando me acalmava: tal Maléfica, a minha entrada na sala era sempre acompanhada pela fuga aterrorizada de toda a bicharada: a gata Laurinha saltava metros de altura do colo dele para nunca mais ser vista nas horas a seguir; o gato Luisinho (que já foi gata) desatava a miar pelas escadas abaixo direito à sua alcofa; a Fiona e a Nonô , as nossas cadelas de raça “bulldog francês” , escondiam-se por trás dos sofás e, pata entre pata, deslizavam  pelo chão, com aquele olhar abandónico até ao limite que lhes parecia permitido: sempre com uma distância segura relativamente a mim! Céus!!!!!! Que bruxa, eu!!!

Aquilo incomodava-me à brava! Não sei se me incomodavam mais os olhares da Nonô e Fiona se, o olhar do meu marido critico e ao mesmo tempo interrogador tipo: - Mas porque é que és assim? Deixa estar os bichos!!
E eu respondia-lhe: - Sou assim porque tu és assim!! E pronto, ficávamos neste jogo de ping pong com a acusação como bola. E lá ia eu pagar 55€ por mais uma sessão de análise a falar sobre estas nossas discussões de poder sobre os animais: eu educava e ele, naturalmente, deseducava!

- Mas afinal o que é que a irrita mesmo? Perguntava-me a analista. E eu lá lhe enunciava exaustivamente , todos os excessos de cuidados e atenções que o meu marido dava aos bichos que me pareciam absolutamente exagerados e que, para variar, depois tinha mais trabalho a educa-los e que  não gostava nada, por isso, de me olhar assim, como a bruxa má de todas as histórias!!

- Percebo! – dizia-me ela – Só ainda não percebi do que reclama mesmo: se do excesso de atenção do seu marido aos vossos bichos se, da falta de atenção que sente, para si, devido a isso!


Na semana a seguir faltei à sessão!!!

mp&c



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