segunda-feira, 21 de julho de 2014

Sénior Talk ou, a incompetência de um empregado de botequim...



Estava um dia destes na fila de um qualquer espaço de restauração, desses que proliferam por aí em qualquer Centro Comercial, quando de repente, chama-me a atenção a voz estridente e infantilizada que ecoava a partir de dois restaurantes depois daquele onde me encontrava,  que dizia qualquer coisa do género:

- Quer mais batatinhas com o seu bifinho quer? E arrozinho também? Mas molhinho não, certo? Tem que ter cuidado com a sua  saúdinha! E sobremesa? Frutinha!!! A frutinha é que faz bem… os doces fazem mal aos diabetes!!

E tentada a virar a cabeça para ver quem praticava tal exagero vocal a uma criança ( na minha fantasia, só podia, apesar de não entender aquela coisa de diabetes em idade tão precoce) os meus olhos cravam-se em duas senhoras velhotas que não deviam ter mais de 65 a 70 anos e que acentuavam, com a cabeça, o sim que de uma forma silenciosa e educada,  tinham usado para responder  às grandes questões filosóficas à volta da comida que aquele funcionário , de forma invasiva e irritante, tinha colocado!


Que “porra” de empregado este!!!! Eu calculo que não seja de maneira  intencional mas, oh! Meu Senhor, não se fala  assim com senhoras, que ouvem muito bem, não são surdas, que respiram autonomia e saúde, se não, não arriscariam a estar na fila daquele restaurante, que sabem muito bem o que querem, que estão com fome e que não precisam que falem com elas com este tipo de linguagem “sénior talk” que mais parece uma “baby talk” de trazer por casa…

As senhoras estão só em mais uma fase da vida à qual o Sr. , provavelmente, terá muita sorte em lá chegar, se não cuidar dessa barrira proeminente, arranjada obviamente, a comer comida nada saudável e a beber naturalmente, o que não deve ou, não sabe que a pior gordura é exactamente a que se instala no ventre?  Então, trate de se informar em vez de se armar em médico a um balcão de um simples botequim para duas senhoras educadas que, a idade tem destas coisa, provavelmente serão os seus princípios que as impedem de lhe responderem dizendo,  qualquer coisa do género:

- Meta-se na sua vida, fale connosco como gente crescida, e dê-nos lá a porra que nós pedimos, abstendo-se de qualquer tipo  de c@r@!h@d% que tiver por essa boca a sair! Somos velhas, mas não somos burras, nem surdas, por isso, trate-nos com o respeito que merecemos!

Soube-me muito  bem escrever este último parágrafo!!!!


Mania de tratar gente velha como se, só por isso, perdessem a capacidade de saber viver!

Mp&c

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