Estava um dia destes na fila de um qualquer espaço de
restauração, desses que proliferam por aí em qualquer Centro Comercial, quando
de repente, chama-me a atenção a voz estridente e infantilizada que ecoava a
partir de dois restaurantes depois daquele onde me encontrava, que dizia qualquer coisa do género:
- Quer mais batatinhas com o seu bifinho quer? E arrozinho
também? Mas molhinho não, certo? Tem que ter cuidado com a sua saúdinha! E sobremesa? Frutinha!!!
A frutinha é que faz bem… os doces fazem mal aos diabetes!!
E tentada a virar a cabeça para ver quem praticava tal
exagero vocal a uma criança ( na minha fantasia, só podia, apesar de não
entender aquela coisa de diabetes em idade tão precoce) os meus olhos cravam-se
em duas senhoras velhotas que não deviam ter mais de 65 a 70 anos e que acentuavam, com a cabeça, o sim que de uma forma silenciosa e educada, tinham usado para responder às grandes questões filosóficas à volta da comida que aquele
funcionário , de forma invasiva e irritante, tinha colocado!
Que “porra” de empregado este!!!! Eu calculo que não seja de
maneira intencional mas, oh! Meu Senhor,
não se fala assim com senhoras, que ouvem muito bem, não são surdas, que respiram
autonomia e saúde, se não, não arriscariam a estar na fila daquele restaurante, que sabem muito bem o que querem, que estão com fome e que não precisam que falem com elas
com este tipo de linguagem “sénior talk” que mais parece uma “baby talk” de
trazer por casa…
As senhoras estão só em mais uma fase da vida à qual o Sr. ,
provavelmente, terá muita sorte em lá chegar, se não cuidar dessa barrira
proeminente, arranjada obviamente, a comer comida nada saudável e a beber naturalmente, o que não deve ou, não sabe que a pior gordura é exactamente a que
se instala no ventre? Então, trate de se
informar em vez de se armar em médico a um balcão de um simples botequim para
duas senhoras educadas que, a idade tem destas coisa, provavelmente serão os
seus princípios que as impedem de lhe responderem dizendo, qualquer coisa
do género:
- Meta-se na sua vida, fale connosco como gente crescida, e
dê-nos lá a porra que nós pedimos, abstendo-se de qualquer tipo de c@r@!h@d% que tiver por essa boca a sair!
Somos velhas, mas não somos burras, nem surdas, por isso, trate-nos com o respeito
que merecemos!
Soube-me muito bem
escrever este último parágrafo!!!!
Mania de tratar gente velha como se, só por isso, perdessem
a capacidade de saber viver!
Mp&c
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